Prefeitura renova contrato com construtora que fez pagamentos à sogra de David Almeida
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), firmou um novo contrato com a Construtora Rio Piorini, no valor de R$ 23,4 milhões, para serviços de transporte de veículos automotores. A decisão, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) na terça-feira (17), levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse, dado o histórico financeiro da empresa com membros da família do prefeito David Almeida.
Segundo informações do site Metrópoles, a Construtora Rio Piorini realizou pagamentos que totalizam R$ 124 mil à microempresa L O Fênix, aberta por Lidiane Fontenelle, sogra de Almeida, entre novembro de 2023 e abril de 2024. Esses pagamentos, registrados em pelo menos seis notas fiscais, foram justificados como “consultoria e assessoria empresarial”.
Além disso, o contrato com a Rio Piorini não é um caso isolado. Na segunda-feira (16), a Seminf já havia publicado extratos de outros três contratos, somando cerca de R$ 37,7 milhões, com empresas como Tercom Terraplanagem e Planar Terraplanagem e Pavimentação. O novo contrato com a Rio Piorini tem prazo de vigência de 180 dias e é parte do programa Asfalta Manaus.
A relação entre a construtora e o prefeito se torna ainda mais complexa com a revelação de que o dono da Rio Piorini, José Curcino Monteiro Neto, é primo de Roberto Lopes, conhecido como “Bebeto”. Este último financiou uma polêmica viagem de jatinho ao Caribe para David Almeida e sua comitiva, no Carnaval deste ano, um custo estimado em R$ 400 mil.
Os vínculos familiares e financeiros não param por aí. A construtora já havia assinado um contrato anterior com a Prefeitura de Manaus em outubro de 2023, no valor de R$ 32,5 milhões, o qual foi renovado em abril de 2024, elevando o total para R$ 65 milhões. Este contrato, assim como os novos, abrange serviços de aluguel de veículos para obras de infraestrutura.
Investigadores apontam que a microempresa de Lidiane Fontenelle foi constituída apenas uma semana antes de receber o primeiro pagamento da construtora, o que gera ainda mais questionamentos sobre a legalidade e a ética dessas transações.
