Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE
BRASÍLIA – A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor índice desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Os dados, que deveriam ter sido divulgados em agosto, foram publicados nesta terça-feira (16) após um adiamento devido a problemas técnicos. No trimestre anterior (fevereiro a abril), a taxa estava em 5,8%.
O número de desocupados no país ficou em 6,118 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013. Em sentido oposto, o total de pessoas ocupadas atingiu um recorde de 102,4 milhões. O nível da ocupação – percentual de pessoas trabalhando na população em idade ativa – manteve-se no patamar recorde de 58,8%.
Mercado de trabalho em expansão
O analista da pesquisa, William Kratochwill, classificou o momento como de “mercado aquecido e resiliente”. “O mercado se mostra com características de expansão. O estoque de pessoas fora da força de trabalho vem diminuindo”, afirmou. De acordo com ele, os indicadores mostram que as pessoas que saíram do desemprego não estão desistindo de procurar trabalho, mas sim sendo absorvidas pelo mercado.
O contingente de pessoas fora da força de trabalho ficou estável em 65,6 milhões. Já a população desalentada – aqueles que desistiram de procurar emprego por não acreditarem na possibilidade de conseguir uma vaga – recuou 11% no período, para 2,7 milhões de pessoas.
Carteira assinada em alta e informalidade em queda
Um dos destaques do período foi o recorde no número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado, que chegou a 39,1 milhões.
A taxa de informalidade recuou de 38% para 37,8%, a segunda menor já registrada, ficando acima apenas do índice de julho de 2020 (37,2%), período pandêmico atípico em que informais foram expulsos do mercado. Apesar da taxa menor, o número absoluto de trabalhadores informais subiu de 38,5 milhões para 38,8 milhões. Kratochwill explica que, como o emprego formal cresceu em ritmo maior, a taxa de informalidade caiu. O analista ressaltou, porém, que o aumento no número absoluto de informais não teve significância estatística.
Setores que puxaram a ocupação
O crescimento da ocupação no trimestre (maio a julho) foi impulsionado principalmente por três setores:
- Administração pública, defesa, educação e saúde: +522 mil pessoas
- Informação, comunicação e atividades financeiras: +260 mil pessoas
- Agricultura, pecuária e pesca: +206 mil pessoas
Rendimento do trabalhador
O rendimento médio real do trabalhador ficou em R$ 3.484 no trimestre, o maior valor para o período de maio a julho, mas praticamente estável em relação ao trimestre anterior (R$ 3.486). A massa de rendimento real – soma da renda de todos os trabalhadores – atingiu o recorde de R$ 352,3 bilhões, alta de 2,5% em relação ao trimestre anterior.
Metodologia da pesquisa
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE apura dados para pessoas com 14 anos ou mais e considera todas as formas de ocupação. A pesquisa é realizada em 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal. É considerada desocupada apenas a pessoa que não trabalha, mas procurou emprego ativamente no período de referência.
