Política

Lula Defende Cassação de Eduardo Bolsonaro por Conduta nos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente nesta quarta-feira (26) a abertura de discussões no Congresso Nacional sobre a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A declaração ocorre em meio à licença de 122 dias do parlamentar, que se estabeleceu nos Estados Unidos alegando perseguição política e tem atuado junto a autoridades norte-americanas pela aplicação de sanções ao Brasil.

Durante a abertura da segunda reunião ministerial de 2025, Lula classificou o comportamento do deputado como “possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”. O presidente criticou um “cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados” por, segundo ele, “insuflar com mentiras e com hipocrisias um outro Estado contra o Estado nacional do Brasil”. Lula afirmou ainda que o tema deve se tornar uma “frente de batalha no campo da política” para garantir o respeito ao país.

Contexto das Investigações e Retaliações Comerciais

A posição do chefe do Executivo surge na esteira do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro pela Polícia Federal na semana passada. Eles são acusados dos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

As investigações da PF concluíram que o deputado atuou junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal.

As sobretaxas impostas ao Brasil inserem-se na nova política comercial da administração Trump, que eleva tarifas de parceiros com base no déficit comercial norte-americano. Em 2 de abril, o Brasil recebeu uma taxa de 10%, por ter superávit com os EUA. Contudo, em 6 de agosto, Trump aplicou uma tarifa adicional de 40% em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicam empresas de tecnologia dos EUA, e também em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelas acusações de tentativa de golpe de Estado.

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