STF condena Bolsonaro por golpe, mas outra investigação por tráfico de influência internacional avança
Uma condenação por crimes contra a democracia não encerra os problemas jurídicos do ex-presidente. Enquanto a maioria dos ministros do STF o condenava a mais de 20 anos de prisão por organização criminosa e tentativa de golpe, outro inquérito no Supremo avança, investigando sua atuação no exterior junto a Donald Trump.
A decisão desta quinta-feira, por 4 votos a 1, não resulta em prisão imediata devido ao direito de recorrer. Atualmente, Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar determinada no bojo das investigações sobre seu suposto envolvimento em esquema de retaliação internacional.
O foco desse segundo processo é apurar se o ex-presidente trabalhou com o governo Trump para promover medidas contra o Estado brasileiro e ministros do STF. O inquérito também atinge o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que foi indiciado pela PF em agosto.
Uma linha específica da investigação apura se Jair Bolsonaro enviou recursos via Pix para financiar a permanência do filho nos Estados Unidos, onde ele reside desde março.
O caso tem desdobramentos internacionais. O governo Trump impôs uma série de sanções ao Brasil, como tarifas punitivas e uma investigação ao sistema Pix, além de aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Em defesa de Bolsonaro, Trump e seus aliados acusam o ministro do STF de conduzir uma “caça às bruxas” e de atacar a liberdade de expressão de empresas de tecnologia americanas.