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Renato Júnior, candidato a vice-prefeito de Manaus, é citado em investigação da Polícia Federal sobre fraudes em licitações

A Polícia Federal (PF) mencionou o candidato a vice-prefeito de Manaus, Renato Júnior, em uma investigação sobre supostas fraudes em licitações de contratos de coleta de lixo. A operação, intitulada ‘Operação Entulho’, investiga irregularidades nos contratos das empresas Soma e Tumpex, responsáveis pela coleta de resíduos na capital amazonense. As informações foram divulgadas pela revista Cenarium.

Renato Júnior, ex-secretário de Abastecimento e Infraestrutura da Prefeitura de Manaus, é citado em um relatório que investiga fraudes ocorridas entre 2016 e 2022. O foco da operação é um esquema de sonegação fiscal e emissão de notas fiscais falsas, totalizando mais de R$ 131 milhões.

Conversas interceptadas

O relatório da PF revela uma série de conversas telefônicas interceptadas entre outubro de 2021 e março de 2022, envolvendo Renato Júnior, o atual prefeito de Manaus, David Almeida, e o empresário Williams Rodrigues Maia, sócio de uma das empresas investigadas. Durante esses diálogos, Maia mencionou uma reunião com Almeida onde Renato Júnior deveria “resolver uma situação” relacionada às licitações. Essas comunicações levantaram suspeitas sobre a influência dos investigados para direcionar licitações em benefício de empresas ligadas ao esquema.

Movimentação de valores

A investigação identificou movimentações superiores a R$ 6 milhões em contas de pessoas e empresas ligadas ao grupo, sugerindo um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Cheques emitidos pelas empresas Soma e Tumpex mostram que a maior parte dos valores foi retirada em espécie, um indício de tentativas de ocultar a origem dos recursos.

Desdobramentos da operação

A ‘Operação Entulho’ deu origem à ‘Operação Dente de Marfim’, que também investiga o secretário municipal de Limpeza Pública, Sabá Reis. Ele é suspeito de envolvimento em pagamentos ilícitos relacionados à Mamute Conservação e Pavimentação Ltda., cujo contrato foi aditivado em 2021 em R$ 40 milhões.

Interceptações telefônicas indicam que Sabá Reis teria recebido vantagens indevidas de empresários do esquema, reforçando as suspeitas de crimes como sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Apesar das menções a Renato Júnior no inquérito, a investigação está em andamento e ainda não resultou em conclusões definitivas ou condenações. As autoridades continuam a apurar os fatos, e novas fases da operação podem trazer mais informações sobre o caso.

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