Amazonas Energia atribui ao ONS investigações do apagão em Manaus e região
Nesta terça-feira (16/04), a Amazonas Energia S.A. informou que as investigações sobre as causas do apagão que afetou Manaus, Iranduba, Manacapuru e Presidente Figueiredo estão sob responsabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O desligamento das linhas 1 e 2 do sistema de Lechuga foi apontado como a causa do incidente.
A concessionária anunciou que os consumidores prejudicados pela interrupção de energia elétrica no último domingo (14/04) podem procurar as lojas de atendimento da Amazonas Energia para tomar as medidas necessárias.
O ONS afirmou que o apagão afetou 35% do fornecimento de energia do Amazonas e que o sistema foi normalizado por volta das 00h23 da segunda-feira (15/04). Dificuldades enfrentadas pela Amazonas Energia para realizar os religamentos foram apontadas como motivo para a demora na normalização. O ONS não divulgou os motivos dos desligamentos das linhas nem detalhes sobre as medidas que serão tomadas para evitar novos incidentes, mas garantiu que as causas estão sendo apuradas.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional Amazonas (Abrasel no AM), Rodrigo Zamperlini, destacou os prejuízos econômicos causados pelo apagão em toda a cidade.
“Desde o início da tarde até o cair da noite, milhares de estabelecimentos estavam sem eletricidade, impossibilitados de atender seus clientes e, consequentemente, sofrendo graves prejuízos financeiros pela falta de refrigeração, descarte de produtos, evasão de clientes, entre outros”, relatou Zamperlini.
Ele ressaltou que além dos prejuízos aos estabelecimentos físicos, a falta de energia também afetou os serviços online, como pedidos de delivery, devido à instabilidade na telefonia móvel e na internet.
Empresários locais também compartilharam suas experiências de perdas financeiras. O proprietário do restaurante regional Abaré, com unidades no Centro e em um flutuante no Tarumã, teve que cancelar eventos e dispensar funcionários devido à falta de energia. O empresário Mauro Tiago, do restaurante Casa Paraense, relatou uma perda de aproximadamente 50% nas vendas do dia do apagão.
Diante desses impactos, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), iniciou um Procedimento Coletivo para investigar as causas e consequências do apagão. A Defensoria também planeja entrar com uma Ação Civil Pública contra os responsáveis, exigindo indenização aos consumidores e medidas para evitar futuros incidentes. O defensor público Christiano Pinheiro da Costa destacou que o objetivo é apurar as responsabilidades e os danos causados à coletividade.