Níveis críticos do Rio Negro marcam a maior estiagem em mais de um século
Nesta sexta-feira (4), o Serviço Geológico do Brasil (SGB) anunciou que o nível do Rio Negro em Manaus alcançou 12,66 metros, superando o recorde de 2023, que foi de 12,70 metros. Essa marca histórica confirma que a estiagem deste ano é a mais severa em 122 anos de medições.
Dados do Porto de Manaus revelam que, em 3 de outubro de 2023, o rio estava em 15,14 metros, evidenciando uma diferença alarmante de 2,46 metros em comparação ao nível atual. As previsões do SGB indicam que a situação pode piorar, com a possibilidade de o nível das águas cair abaixo dos 12 metros. A combinação de tempo seco e a ausência de chuvas regulares contribuem para a gravidade da crise hídrica.
A capital amazonense enfrenta uma situação de emergência desde 11 de setembro, afetando dez bairros na zona urbana. Nas comunidades ribeirinhas e rurais, 83 estão sendo impactadas, com 46 isoladas. Estima-se que cerca de 7 mil famílias, totalizando 25 mil pessoas, estão sofrendo as consequências da seca.
Desde 17 de setembro, a praia da Ponta Negra foi interditada para banho por um período de 90 dias, visando a segurança da população e a prevenção de afogamentos. A proximidade entre o aterro perene e o leito natural do rio pode causar alterações no terreno, como buracos e desníveis, representando um risco adicional.
O Decreto nº 5.983 permite que a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) tome medidas para mapear os riscos e mitigar os efeitos da estiagem. Atualmente, os 61 municípios do Amazonas estão em situação de emergência, com todas as calhas de rios do estado enfrentando um estado crítico de vazante.
Cerca de 750 mil dos mais de 4 milhões de habitantes do Amazonas estão sendo afetados, o que representa mais de 186 mil famílias. A situação exige uma resposta urgente das autoridades para minimizar os impactos da seca e garantir a segurança e o bem-estar da população.
(Foto: REUTERS/SUAMY BEYDOUN)