Tempestade Solar de Grande Impacto Gera Auroras em Locais Incomuns
Por Matheus Guimarães.
Na última sexta-feira (10) e na madrugada de sábado (11), uma tempestade solar de grande impacto atingiu a Terra, proporcionando um espetáculo raro: auroras boreais em locais incomuns do hemisfério Norte e auroras austrais no hemisfério Sul. Esse fenômeno, visível em regiões afastadas dos polos, foi causado por uma das maiores regiões ativas de manchas solares já registradas, a AR 3664.
A AR 3664, um grupo significativo de manchas solares, expeliu nuvens de partículas conhecidas como ejeções de massa coronal (CME, na sigla em inglês), que se espalharam pelo sistema solar. Algumas dessas partículas atingiram o campo magnético da Terra. Em condições normais, esse campo redireciona as partículas carregadas para os polos, mas desta vez, as partículas foram também direcionadas para regiões mais afastadas, especialmente na Europa e na Oceania.
As partículas carregadas interagiram com os gases na atmosfera terrestre, resultando nas brilhantes auroras que foram vistas em locais não habituais. Apesar do impacto visual impressionante, os cientistas afirmam que não há riscos potenciais significativos. No cenário mais extremo, a tempestade solar pode causar distúrbios nos satélites em órbita.
A tempestade solar foi classificada como extrema, a primeira desse tipo desde outubro de 2003, há mais de 20 anos. A grande mancha solar AR 3664 pode ser observada com telescópios equipados com filtros solares apropriados, ou até mesmo a olho nu, utilizando óculos projetados para observação solar, como máscaras de soldador na tonalidade 14, que são seguros e acessíveis.
A ocorrência dessas auroras em latitudes tão baixas é um lembrete da dinâmica complexa e poderosa do nosso Sol, e oferece uma oportunidade única para a observação de fenômenos celestes deslumbrantes.
foto de capa: Jacob Anderson/AFP
