Prefeito de Manaus reduz investimentos em prevenção de queimadas
A gestão do prefeito David Almeida (Avante) enfrenta críticas pela falta de recursos destinados à prevenção e controle de queimadas na capital amazonense. As Leis Orçamentárias Anuais (LOAs) de 2022, 2023 e 2024 não mencionam de forma clara a destinação de verba para o combate a incêndios florestais.
A responsabilidade pela gestão ambiental recai sobre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (SemmasClima), que administra 12 áreas protegidas, totalizando 4,75% da área do município. Recentemente, uma dessas áreas, o Refúgio da Vida Silvestre Sauium-Castanheiras, foi afetada por queimadas.
Para 2024, a SemmasClima tem um orçamento de R$ 28,7 milhões, dos quais R$ 17,3 milhões (60%) são destinados à manutenção e ao pagamento de pessoal. Isso deixa apenas R$ 11 milhões para investimentos em políticas ambientais, uma parte significativa dos quais já foi alocada para manejo da arborização e apoio a atividades de sustentabilidade. O restante, R$ 4,6 milhões, é destinado a ações do Fundo Municipal para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (FMDMA).
Na LOA de 2023, a SemmasClima teve um orçamento de R$ 19,6 milhões, com R$ 18,6 milhões voltados para custos operacionais. Em 2022, a situação foi semelhante, com R$ 13,6 milhões, sendo R$ 12,6 milhões destinados à folha de pagamento e manutenção.
Em resposta à situação, o secretário Antônio Stroski ressaltou as parcerias com ONGs internacionais que podem aumentar a capacidade de investimento da secretaria em políticas ambientais. “Estamos participando de programas como o Cities Forward e o PNUMA, focados em restauração de ecossistemas urbanos,” disse.
Sobre a ausência de recursos para o combate a queimadas, Stroski informou que a secretaria investiu em campanhas de conscientização desde 2021 e destacou que o Corpo de Bombeiros atua na área urbana. “O problema maior está nas queimadas rurais dos municípios vizinhos, que afetam extensas áreas,” completou.
A falta de uma estratégia clara e recursos alocados especificamente para o combate a queimadas levanta preocupações entre ambientalistas e a população, que clamam por ações mais efetivas diante da crescente ameaça de incêndios na região.