Cardeal de Manaus é cotado como um dos favoritos para suceder o Papa Francisco
O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, é apontado como um dos principais nomes cotados para suceder o Papa Francisco, que faleceu no dia 21 de abril, aos 88 anos, após sofrer um AVC seguido de insuficiência cardíaca. O Conclave para a escolha do novo pontífice começou nesta terça-feira (7), no Vaticano.
Aos 74 anos, Steiner é o primeiro cardeal da região amazônica brasileira e tem ganhado destaque dentro e fora da Igreja Católica por sua atuação voltada à defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas. Nomeado arcebispo de Manaus em 2019 pelo próprio Papa Francisco, foi elevado ao posto de cardeal em 2022, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Leonardo de Porto Maurizio, em Roma.
Natural de Forquilhinha (SC), Steiner ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1972 e foi ordenado sacerdote em 1978. É doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, e ocupou cargos de relevância na estrutura da Igreja no Brasil, como o de secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre 2011 e 2019.
Sua nomeação como cardeal foi vista como um gesto simbólico de Papa Francisco para destacar a importância da Amazônia e do compromisso da Igreja com temas socioambientais. Com um perfil pastoral e de diálogo, Steiner se alinha à visão reformista do pontificado de Francisco, o que o coloca entre os nomes considerados viáveis para dar continuidade a essa linha.
A eleição do novo papa ocorre entre 135 cardeais eleitores, sendo a maioria nomeada por Francisco, o que tende a favorecer perfis semelhantes ao do pontífice argentino. A composição atual do Colégio Cardinalício também reflete uma maior diversidade geográfica, com representantes de 71 países, o que aumenta as chances de escolha de um papa fora da Europa.
Além de Steiner, outros nomes considerados fortes para o novo papado incluem os cardeais Pietro Parolin (Itália), Matteo Maria Zuppi (Itália), Robert Sarah (Guiné) e Luis Antonio Tagle (Filipinas). No entanto, analistas e setores progressistas da Igreja têm voltado os olhos para o cardeal de Manaus como um possível “papa da Amazônia”.
O teólogo Leonardo Boff, referência da Teologia da Libertação, declarou apoio à candidatura de Steiner, destacando sua postura humanista e sua ligação com os valores defendidos por Francisco. “Ele representa a Amazônia, a nova fronteira da Igreja. A sua eleição seria histórica”, afirmou Boff.
O Conclave teve início com a tradicional missa “Pro Eligendo Pontifice”, celebrada na Basílica de São Pedro, e segue a portas fechadas até que seja alcançada a maioria de dois terços dos votos necessários para a escolha do novo líder da Igreja Católica.
Foto: Alberto Pizzoli/AFP
