Sustentabilidade

Organizações sociais apresentam plano para atrair investimentos sustentáveis à Amazônia

Sete organizações sociais com mais de 30 anos de atuação na Amazônia apresentaram nesta sexta-feira (4) à presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) um plano para atrair investimentos voltados à conservação, restauração e desenvolvimento sustentável da região. A proposta foi entregue em Brasília em uma agenda de trabalho com Ana Toni, diretora executiva do fórum que ocorrerá em novembro, em Belém, no Pará. 

O documento, intitulado “Ampliando o Financiamento de Soluções Baseadas na Natureza para Proteger a Amazônia: Um Roteiro de Ação”, propõe uma arquitetura para criar fluxos de financiamento climático para a Amazônia. Além disso, visa consolidar ações que viabilizem o desenvolvimento da economia verde na região e o fortalecimento da capacidade de implementar ações sustentáveis no bioma.

Gustavo Souza, diretor sênior de políticas públicas e incentivos da organização não-governamental Conservação Internacional (CI), destacou que essas propostas podem ser construídas dentro do High Level Climate Champions Office, órgão que articula governos, investidores e voluntários no âmbito da convenção do clima, para levar o tema da Amazônia a uma maior visibilidade e interação com outros setores produtivos, como o setor privado e o setor financeiro.

Segundo dados do Banco Mundial, apesar de a Amazônia injetar anualmente na economia pelo menos US$ 317 bilhões, os investimentos para que o bioma permaneça existindo somaram apenas US$ 5,81 bilhões entre 2013 e 2022. A estimativa da instituição financeira é de que o mínimo necessário para manter esse ecossistema saudável é de US$ 7 bilhões.

O plano propõe soluções como o redirecionamento de subsídios de cadeias produtivas de alta emissão para uma economia verde, a rastreabilidade produtiva por meio de tecnologias como o uso de imagem de satélite, promoção do pagamento por serviços ambientais e combate à economia ilegal transnacional, como tráfico de animais, bens e especulação imobiliária com apropriação de terras públicas.

Um dos instrumentos destacados no plano é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês), que projeta a captação anual de doações de US$ 5 bilhões, dos quais US$ 2 bilhões seriam destinados à floresta Amazônica. Esse valor é quatro vezes mais do que todo o fluxo financeiro anual que a região recebeu nos últimos 10 anos.

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