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Pirarucu da Amazônia invade rios do Sudeste e ameaça espécies nativas

A presença crescente do pirarucu (Arapaima gigas) em rios do Sudeste brasileiro, como o rio Grande na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, tem alarmado especialistas devido aos riscos ecológicos que a espécie representa fora de seu habitat natural.

Foto: ICL Notícias
Foto: ICL Notícias

O pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, é nativo da bacia amazônica. No entanto, desde 2022, registros frequentes da espécie têm ocorrido em regiões como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A introdução acidental ou deliberada em criadouros é apontada como a principal causa dessa dispersão.

Especialistas alertam para os impactos ecológicos da presença do pirarucu em ambientes onde não possui predadores naturais. Como predador de topo de cadeia e com dieta carnívora generalista, o pirarucu pode levar à extinção local de espécies nativas, competindo por recursos e alterando a dinâmica dos ecossistemas aquáticos. A bióloga Lidiane Franceschini, da Unesp, destaca a dificuldade de controlar a espécie uma vez estabelecida.

Em resposta à invasão, autoridades ambientais recomendam que, ao capturar um pirarucu, o peixe não seja devolvido ao rio. A pesca esportiva e artesanal da espécie foi liberada durante todo o ano como tentativa de contenção, embora especialistas considerem essa medida insuficiente para controlar a invasão.

Além dos impactos ecológicos, há preocupações sobre possíveis riscos à saúde humana associados ao consumo de pirarucus capturados fora de seu habitat natural, devido à presença de parasitas pouco estudados. Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) destacam a necessidade de monitoramento contínuo para avaliar esses riscos.

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